INDUSTRIA DO PETRÓLEO





Decorridos pouco mais de trinta anos do primeiro anúncio, o Pará volta agora a conviver com a perspectiva de conhecer, finalmente, a fonte da riqueza abundante representada pelo petróleo. Não que haja, até o momento, algo de concreto que possa alimentar objetivamente essa expectativa. Mas a concentração de atividades exploratórias na costa marítima do Pará e do Maranhão, envolvendo empresas gigantes do setor, induz a crer na possibilidade de que importantes descobertas talvez estejam a caminho. Na costa paraense, em frente aos municípios de Viseu, Bragança e Salinópolis, a Petrobras iniciou na última sexta-feira a perfuração de um primeiro poço, o Harpia.


A empresa tem programado ainda um segundo poço. Para fazer a segunda perfuração, porém, a estatal depende ainda de licenciamento ambiental, a ser concedido pelo Ibama.

Alguns rebocadores, a serviço da Petrobras e que deverão ser deslocados para a costa de Salinópolis, já estão fundeados em frente a Icoaraci. Fontes ligadas ao setor informam que cada plataforma marítima de prospecção de petróleo conta normalmente com o apoio de dois a três rebocadores. A antiga base do Tapanã está sendo utilizada no apoio terrestre. Caso venha a se confirmar a descoberta de petróleo, ela será reativada para dar apoio às futuras operações de produção. “Mas aí já será um longo processo”, admite o especialista.

OGX quer iniciar trabalho neste mês

Seguindo os passos da Petrobras e outras empresas do setor, a OGX Petróleo e Gás, empresa do grupo Eike Batista, se prepara também para iniciar as pesquisas em busca de hidrocarbonetos na costa do Pará e do Maranhão. A OGX vai perfurar alguns poços - fala-se em sete, até o momento - nesta área do litoral norte, com o objetivo de encontrar reservas de petróleo e gás natural. A empresa prevê iniciar ainda este mês os trabalhos de perfuração e estendê-los até maio do ano que vem.

A OGX possui cinco blocos na bacia do Pará-Maranhão, todos eles localizados a mais de 120 km de distância da costa.

Como parte dos procedimentos legais para obtenção da licença ambiental, a empresa participou no domingo, na cidade de Bragança, de uma audiência pública convocada pelo Ibama para apresentação de informações sobre a atividade de prospecção a ser realizada na costa marítima daquele município.

Além da preocupação quanto a eventuais prejuízos para a atividade pesqueira, tradicional na região, a população de Bragança questionou a OGX, principalmente, sobre a escolha de São Luís do Maranhão para a instalação de sua base de apoio.
A empresa, pelo que está disposto até agora, não terá instalações físicas de apoio no Pará e nem pretende contratar profissionais locais para atuar no projeto. (Diário do Pará)








Petrobras começa a procurar petróleo na Bacia Pará-Maranhão


A Petrobras deu início à busca por petróleo e gás na bacia marítima Pará-Maranhão com campanha de perfuração de poço pioneiro no bloco BM-PAMA-3, localizado em águas profundas. Para a atividade no prospecto chamado Harpia, que começou dia 7 deste mês e está prevista para durar cinco meses, a Companhia investirá R$ 90 milhões.



A perfuração do poço Harpia (1-BRSA-903-PAS) abrange lâmina d’água de 2.067 metros, com 5.880 metros de profundidade. O trabalho está sendo realizado pela sonda semissubmersível SS-75 – Ocean Courage, com capacidade de perfurar em até 3.000 metros de lâmina d’água e profundidade de 12.000 metros.



A atividade de perfuração envolve diretamente cerca de 254 pessoas, das quais cerca de 204 pessoas estão embarcadas na sonda ou nos quatro barcos de apoio e cerca de 50 pessoas encontram-se na Base de Tapanã (em Icoaraci, Belém/PA), em terra, administrando materiais e logística.



De acordo com a Petrobras, das quatro embarcações de apoio, uma é do tipo “Oil Recovery”, voltada para a proteção ambiental, e as outras três são supridoras da sonda.



Confirmada a presença de óleo ou gás em vazão comercial, será iniciada uma nova etapa do processo exploratório na região. Caso a Petrobras não confirme a presença de óleo ou gás, ou constate que as descobertas não são viáveis economicamente, a área de concessão dos blocos será devolvida para a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).



A Petrobras detém seis concessões de exploração ativas na Bacia do Pará-Maranhão. Sendo duas em águas profundas e quatro em águas rasas: BM-PAMA-3, da 3ª rodada de licitação, BM-PAMA-8, da 6ª rodada de licitação; e BM-PAMA-9, 10, 11 e 12, adquiridas na 9ª rodada de licitação.



OGX – A possibilidade de encontrar petróleo e gás na Bacia Pará-Maranhão também interessa à OGX, do empresário Eike Batista. A empresa está aguardando somente o licenciamento por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a campanha de perfuração offshore (marítima) na região.



A atividade de perfuração, que está prevista para acontecer a partir deste mês a maio de 2012, será realizada pela sonda Ocean Scepter, equipamento de propriedade da empresa Diamond Offshore (também proprietária da Ocean Courage que atende à Petrobras), contratada pela OGX e que se encontra fundeada desde agosto do ano passado no Maranhão.



A campanha de perfuração da OGX envolverá pelo menos 100 pessoas na sonda, com revezamento periódico. A plataforma também terá o apoio de três embarcações e de uma base no Porto Grande, em São Luís.



Na Bacia Pará-Maranhão, a OGX tem direitos de concessão sobre cinco blocos exploratórios - BM-PAMA-13, BM-PAMA-14, BM-PAMA-15, BM-PAMA-16 e BM-PAMA-17, localizados a mais de 120 quilômetros da costa.








Empresas do setor de petróleo e gás investem em políticas agressivas de atração e retenção de talentos



 - A falta de mão de obra especializada em petróleo e gás tem levado empresas do setor a investir em uma política agressiva de atração e retenção de talentos. Segundo um levantamento recente da Hay Group, consultoria internacional de recursos humanos, o déficit de engenheiros experientes na área chega a 15% no Brasil, o que representa uma escassez de 35 mil profissionais por ano. O cenário, associado ao crescimento de investimentos no setor, levará a um aumento da disputa por talentos em que incentivos agressivos de curto prazo serão essenciais para evitar a perda de funcionários para empresas concorrentes.

Segundo Glaucy Bocci, gerente de Negócios da Hay Group, a política de benefícios desse mercado já inclui salários 50% a 70% maiores do que os de outras áreas. Engenheiros de perfuração, de reservas, geólogos e geofísicos estão entre as funções em que a falta de mão de obra qualificada é mais crítica.

— As empresas estão começando a entender que outros benefícios, além da remuneração, também são importantes, como oportunidades de crescimento, qualidade no trabalho, ambiente estimulante e equilíbrio entre vida profissional e pessoal — diz Glaucy.

Para reter profissionais e atrair novos candidatos, as organizações têm inserido em seu pacote de benefícios itens que vão de programas especiais para combater o estresse a reembolsos para cursos de idiomas, passando por programas de coaching e bônus extra de acordo com a performance, diz Adriano Bravo, CEO da Petra Executive Search — consultoria de recrutamento e seleção especializada no setor de petróleo e gás (veja o vídeo em que o especialista dá dicas de como ingressar no setor).



— As organizações também têm investido em melhorias de conforto das instalações offshore e em planos de carreira e programas de treinamento detalhados, bem como no auxílio às famílias de profissionais embarcados ou no exterior — diz Bravo, que nem sempre consegue atender às expectativas de empresas do setor que buscam profissionais qualificados e experientes. — Os poucos profissionais qualificados disponíveis no mercado já estão empregados e exigem altos salários para mudar de empresa. Temos buscado técnicos em outras indústrias, como automotiva e metalúrgica, e selecionado profissionais com mais de cinco anos de experiência em países vizinhos, como Chile e Argentina — diz.